Quadrinho de estreia de Amil Ferris, escritora, cartunista e designer americana, foi
lançado em 2017, ganhou vários prêmios incluindo um Eisner. Trata de um mistério na vida de Karen, uma menina de dez
anos de origem latina que vive em um subúrbio de Chicago com a mãe e o irmão no final da década de 60. Ela usa seu diário gráfico para expor suas
impressões sobre a sua vida e os acontecimentos que afetam o seu processo de
amadurecimento. Idolatrando as histórias de terror e de monstros, apresenta-se a si mesma como um “lobisomem”. Transitando entre diversas
alegorias, expõe preconceitos e opiniões sobre a sociedade que a cerca.
Há muitas histórias aqui sendo contadas,
muitas digressões indo e voltando sobre os personagens ligados a vida de Karen,
e situações bastante periclitantes que não são leves de lidar não. Nada nos poupa das circunstâncias pelas quais a menina
passa. A autora transita por assuntos como homossexualismo, drogas, crime
organizado, prostituição, abusos infantis, holocausto judeu, e todo o tipo de
horrores que as pessoas podem submeter outras.
O desenho ora caricatural, ora
expressivo, simula um caderno pautado. Muitas hachuras, claro escuro, lápis,
caneta, etc., que levam a acreditar que lemos o diário da ilustradora.
Também há metalinguagem nos desenhos, que podem nos mostrar mais sobre os
sentimentos de Karen quanto a sua fascinação por monstros. É uma leitura densa
e sem pressa, mas que prende pelos assuntos que envolvem Karen e seu mundo de
monstros reais igualmente assustadores.
O primeiro volume Saiu no Brasil pelo selo da Cia de letras, em 2019 e a Editora Fantagraphics já publicou o volume dois, que até agora não tem previsão de lançamento por aqui, infelizmente.
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